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Jardim Histórico


O jardim da Casa de Rui Barbosa é um jardim histórico construído em meados do século XIX, testemunho de uma concepção paisagística de referência europeia, ocupa a totalidade da área não edificada do terreno do Museu Casa de Rui Barbosa e confere a ambiência ao conjunto arquitetônico neoclássico.

O aspecto mais marcante  é o seu caráter de jardim doméstico, de uma cultura paisagística que privilegiava o cultivo de plantas e flores europeias, anterior às transformações do paisagismo brasileiro a partir da década de 1930. Com caminhos estruturados por eixos convergentes a um ponto principal, supõe-se que o jardim conserva o seu traçado original simétrico.

A princípio se aproximava de uma quinta portuguesa, com um jardim, uma horta, um pomar, um grande parreiral em ferro fundido. Com a venda da propriedade em 1879  ganhou novos elementos que lhe conferiram características de um jardim romântico. Foram incorporados lagos e elementos de cenário como as rocalhas e pontes, alem de elementos artísticos como estatuas e vasos.

Com a aquisição da Casa por Rui Barbosa, foram incorporadas diversas árvores frutíferas, além de flores como roseiras e camélias. Rui Barbosa incorporou ao jardim novos aspectos simbólicos que seriam rememorados após sua morte com a transformação do conjunto em Museu e seu posterior tombamento em 1938.

Com a transformação da casa em museu em 1930, foi realizada uma intervenção de transformação deste espaço em um espaço público aberto a visitação. Foram introduzidas aleias de passagem, com calçamento de pedra e saibro, sistemas de água e irrigação, sistemas de iluminação, além da restauração de todos os elementos.

Apesar das várias intervenções sofridas conserva este aspecto de jardim doméstico em sua escala e utilização. Hoje é um espaço público de grande importância para o bairro de botafogo sendo amplamente utilizado pela população.

Os jardins históricos da Casa de Rui Barbosa constituem um amplo conjunto de bens culturais, aos quais se associam elementos arquitetônicos, artísticos e paisagísticos de reconhecido valor. Possui proteção legal pelo Tombamento do IPHAN e sua preservação segue as recomendações da Carta de Florença, elaborada pelo Comitê Internacional dos Jardins Históricos da Unesco.