Inicialmente uma área pantanosa, que no século XVIII recebe o nome de Campo de Santana devido à igreja a erguida em homenagem a Santana. O espaço teve vários usos, sendo ocupado para manobras militares.
Em 1874, após sucessivas propostas de urbanização da área, Glaziou e Francisco Jose Fialho apresentaram à Câmara Municipal um projeto para uma reformulação do local – então chamado Parque da Aclamação.
Glaziou, além de elaborar o projeto, supervisionou a obra, que durou de 1873 ate 1880, quando o parque foi inaugurado pelo Imperador D.Pedro II. O modelo utilizado foi aquele já empregado nos grandes parques românticos parisienses: Monceau, Buttes Chaumont e Bois de Boulogne.
O traçado sinuoso, com canteiros irregulares e árvores plantadas na periferia e a inserção de elementos que imitavam a natureza: pedras, troncos, grutas, lagos e cascatas artificiais traziam novas características ao local. Foram também inseridas outras edificações e esculturas: Também nesse projeto Glaziou harmonizou as espécies nativas com espécies européias.
No projeto, o contraste entre áreas claras e sombreadas e os percursos formados nas linhas curvas permitem o encontro com o inesperado. A água esta presente nos lagos e nas cascatas. Nos anos 40 do século XX, com a abertura da Av. Presidente Vargas mutilou o projeto original de Glaziou. Contudo, mesmo assim, o Campo de Santana mantém o caráter romântico de sua concepção.
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As fotografias do Campo da Aclamação são autoria de Marc Ferrez (Rio de Janeiro RJ 1843 - idem 1923), filho e sobrinho de escultores que integraram a Missão Francesa, e um dos mais destacados profissionais do período.
Marc, após a morte dos pais, passa um período na França, mas retorna ao Rio de Janeiro em 1859, quando passa a trabalhar na Casa Leuzinger, estabelecimento fotográfico. Em 1865 inaugura a Casa Marc Ferrez & Cia., e exerce a profissão de fotógrafo. Em 1875, recebe convite para integrar, como fotógrafo, a expedição chefiada por Charles Frederick Hartt (1840-1878) e financiada pela Comissão Geológica do Império, quando percorreu várias regiões do país. No ano de 1880, encomenda a confecção de uma máquina fotográfica por ele idealizada, para a execução de imagens panorâmicas em grandes dimensões. Já reconhecido como fotógrafo de paisagens, retratos, de obras públicas, realiza a partir de 1903 a documentação completa das obras de construção da Avenida Central (atual Avenida Rio Branco), no Rio de Janeiro. Em 1905 a Casa Ferrez & Filhos passa a ser a representante exclusiva da firma francesa Pathé Frères, e em 1907, participa da sociedade de criação do Cine Pathé. No ano de 1915, muda-se para Paris, onde estuda fotografia em cores, até retornar, no início da década de 1920, ao Rio de Janeiro, pouco antes de sua morte.
Sua obra mereceu vários estudos e pesquisas, dentre as quais se destacam os realizados por seu filho, Gilberto Ferrez, que também organizou e preservou seu acervo, em livros como O Rio antigo do fotógrafo Marc Ferrez: paisagens e tipos humanos do Rio de Janeiro 1865-1918 (1984); A fotografia no Brasil: 1840-1900 (1985), Bahia: velhas fotografias 1858/1900 (1999); e O Brasil de Marc Ferrez (2005).
A documentação fotográfica aqui apresentada pertence à Coleção D. Teresa Cristina Maria, da Biblioteca Nacional, e foi realizada em 1880, por ocasião da inauguração do novo projeto do parque.