Quinta da Boa Vista

Projeto para os jardins da Quinta da Boa Vista (Museu da Cidade)
Para o parque da residência imperial, Glaziou buscou exemplares da flora e e fauna brasileiras, agrupando-os pelas zonas climáticas a que pertenciam. (J. Insley Pacheco, BN)
A depressão do terreno em frente ao Palácio imperial foi aproveitada para o traçado de alamedas sinuosas diversas e de uma grande reta, guarnecida de sapucaias. (J. Insley Pacheco, BN)
Vista de um dos lagos da Quinta da Boa Vista, com pontezinha típica do paisagismo de Glaziou. (J. Insley Pacheco, BN)
Nos terrenos laterais à alameda principal Glaziou projetou lagos e cascatas, ilhas, quiosques e simulacros de ruínas que complementavam o paisagismo. (J. Insley Pacheco, BN)
O terreno em altos e baixos foi aproveitado na concepção da Quinta da Boa Vista para a instalação de pontos de observação das grutas, lagos, alamedas, e amplos gramados. (J. Insley Pacheco, BN)
O Palácio Imperial, visto à esquerda era o principal ponto de observação da Quinta da Boa Vista. (J. Insley Pacheco, BN)



O antigo Palácio de São Cristóvão, residência de D. João VI e posteriormente dos Imperadores D.Pedro I e D.Pedro II, está construído dentro do parque denominado "Quinta da Boa Vista".

Durante o período do Segundo Império a Quinta da Boa Vista passou por uma grande reforma geral de intervenção paisagística. Como o parque não apresentava aspecto condizente com a condição de seus ocupantes, Glaziou transformou seu entorno, adequando à residência imperial; planejou e executou intervenções que ordenaram o aspecto geral do parque e também dignificaram o palácio, dentro de uma concepção paisagística romântica.

Seu projeto inicial sofreu modificações principalmente por restrições orçamentárias e pela própria situação do terreno. Dentre as principais intervenções de Glaziou na Quinta da Boa Vista destaca-se a abertura da alameda das Sapucaias, que por sua forma retilínea, foge do padrão sinuoso que o paisagista privilegiava, com seu eixo colocado exatamente à frente do palácio.

O parque apresenta pequenas elevações e depressões, uma área verde ajardinada e arbonizada, que é entrecortada por caminhos sinuosos. O mobiliário decorativo e funcional copia a natureza. As grutas artificiais e os falsos agrupamentos rochosos isolados complementam o aspecto romântico do parque. Elementos decorativos que imitam troncos e galhos retorcidos usados em bancos, mesas e corrimões, muitos deles hoje removidos, são conhecidos principalmente pela memória iconográfica.

As fotografias da Quinta da Boa Vista são de Joaquim José Pacheco (Cabeceiras de Basto, Portugal ca. 1830 - Rio de Janeiro RJ, 1912), fotógrafo, pintor e desenhista. Português radicado em Fortaleza, Ceará, no fim da década de 1840, onde se inicia no ofício de fotógrafo, que prossegue em Nova Iorque, trabalhando como assistente de experientes profissionais, como Henry Earle Insley. De volta ao Brasil, permanece um período no Nordeste até se transferir para o Rio de Janeiro, quando instala um estúdio e adota o nome de Joaquim Insley Pacheco. Em seu estabelecimento, oferece serviços de daguerreótipos, fotos sobre papel, vidro e marfim, retratos a óleo e fotopintura. Torna-se um dos mais requisitados retratistas da Corte Imperial. Por volta de 1860, recebe os títulos de Fotógrafo da Casa Imperial e de Cavaleiro da Ordem de Cristo de Portugal. Nos anos seguintes, amplia o seu negócio e aperfeiçoa-se em fotopintura.

A documentação fotográfica aqui apresentada pertence à coleção D. Teresa Cristina Maria, da Biblioteca Nacional, e foi realizada possivelmente entre 1878 e 1889.

créditos | Fundação Casa de Rui Barbosa