O primeiro jardim público do Rio de Janeiro, inaugurado em 1783, foi o Passeio Público. Projeto de Valentim da Fonseca e Silva, o mestre Valentim, tinha originalmente traçado à francesa, em terreno murado que chegava à beira-mar, o que lhe dava uma perspectiva infinita.
Ao ser inaugurado o Passeio Público tornou-se o único lugar de recreio da população carioca, fato que não impediu a sua lenta degradação. Em 1860, foi contratada a execução de obras de reforma, e sua manutenção por 10 anos, segundo plano apresentado por Francisco José Fialho e o botânico Auguste Glaziou.
A nova composição agregava elementos do jardim à inglesa e tentava dar ao parque uma aparência semelhante à dos parques contemporâneos europeus. No novo projeto, o ponto de vista único e ideal foi substituído pela diversidade de pontos de observação e o eixo longitudinal de simetria substituindo por uma sucessão de planos. Havia caminhos sinuosos, pavilhões, árvores e plantas nativas e água jorrando pela fonte dos jacarés, no grande tanque. As pirâmides de granito, liberadas da vegetação que as encobria, passaram a exibir os medalhões com inscrições do tempo do idealizador do Passeio Público, o vice-rei D. Luís de Vasconcelos.
As fotografias do Passeio Público são de autoria de Revert Henrique Klumb (Alemanha, 183? — s.l. ca. 1886). Radicado no Brasil, dirigiu estúdio de fotografia e litogravura no Rio de Janeiro e atuou em Petrópolis. Professor de fotografia das princesas imperiais, obteve o título de Photographo da Casa Imperial em 1861. Foi autor do livro de fotografias Doze Horas em Diligência. Guia do Viajante de Petrópolis a Juiz de Fora (1872), o que o tornou um dos pioneiros da edição de livros de fotografia no Brasil. Sua trajetória está comentada em Revert Henrique Klumb: um alemão na corte imperial brasileira, de Pedro Vasquez (Ed. Capivara, 2001).
A documentação fotográfica aqui apresentada pertence à Coleção D.Teresa Cristina Maria, da Biblioteca Nacional, e foi realizada, provavelmente, por ocasião da inauguração do novo projeto do parque, em 1862.
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