Campanha Civilista
Considerada a primeira campanha presidencial que contou com a participação de segmentos amplos da sociedade brasileira, a Campanha Civilista, do candidato Rui Barbosa contra o candidato militar apoiado pelo governo – Hermes da Fonseca –, além de representar a luta pela consolidação da ordem civil no Brasil, mostrou o desejo de uma participação política mais efetiva da sociedade naquele contexto de domínio político de tradicionais oligarquias.
De acordo com a avaliação do próprio Rui Barbosa, o movimento tomou proporções incomparáveis, sem paralelo na história do país. Tratava-se de uma comoção vulcânica do povo em São Paulo e no Rio de Janeiro, a propagação da lava por todo o solo de Minas, o estado sísmico da opinião na Bahia, a trepidação geral do Sul... O movimento descrito respondia ao chamado de Rui Barbosa e de seu grupo político em defesa da liberdade e do direito, contra um militarismo renascente que caminhava no sentido de dissimular o arbítrio sob a forma republicana. A hegemonia do poder militar não podia deixar de perturbar as consciências de homens e mulheres que, educados a partir de valores liberais, desejavam que a ordem social estivesse baseada na norma jurídica e no respeito às instituições republicanas.
Nesse sentido, a Campanha Civilista foi significativa como movimento de resistência contra a deturpação da ordem garantida pela liberdade e pelo direito na medida em que mobilizou amplos segmentos sociais que se uniram ao seu programa de protesto. Publicada em 11/07/2008 | | |