Leandro Gomes de Barros .:. Cordel

1
Não foi intenção da Pesquisadora substituir o trabalho de classificação temática dos folhetos de Cordel realizado pela Fundação Casa de Rui Barbosa na década de 70. A pesquisa desses textos mostrou, no entanto, a necessidade de atualização e expansão dos campos semânticos, levando-se em conta as exigências próprias dessa releitura. Assim é que alguns assuntos foram surgindo e incorporados ao índice como uma tentativa de oferecer ao usuário/leitor da obra, matizes específicos que não estavam apontados anteriormente, mas que contribuem sensivelmente para mostrar a perspicácia do poeta na construção de um universo cultural (incluindo-se aí também o político e social) cheio de significações.
Observação: Conservou-se a grafia original dos títulos dos poemas, tal como aparece nas capas e interiores dos folhetos de Leandro Gomes de Barros, que fazem parte do Acervo digitalizado.

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2
A classificação da Casa Rui Barbosa registra apenas Cachaça como tema, não se referindo a Aguardente. No entanto, optamos pela expansão semântica do termo, tendo como base o fato de "aguardente" apresentar maior ocorrência nos poemas consultados.

Segundo o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa , a palavra "aguardente" é abonada desde o século XV (Apud Índice do Vocabulário do Português Medieval , de Antonio Geraldo Cunha. Rio de Janeiro: FCRB, 1986). Já o termo "cachaça" aparece registrado, segundo o mesmo Dicionário, em 1635, nas Atas do Município do Salvador , vol.I, p.281.

Acrescentamos ainda outros termos que aparecem relacionados ao tema da bebida e que são citados com certa freqüência nos poemas que constituem o corpus da análise.

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3
In Cantadores e Poetas populares, de Francisco Chagas Batista. Parahyba: F.C. Baptista Irmão, Typ. da Popular Editora, 1929.

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4
Idem. Op. cit.

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5
In Cantadores e poetas populares, de Francisco Chagas Baptista.

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6
Idem. Op. cit.

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7
A palavra Debate refere-se à composição poética não-cantada que aparecia em Latim, até meados do século XII, sob o título de altercatio e que passou à Literatura Popular. Desafio significa a "disputa poética, parte de improviso e parte decorada entre os cantadores". A peleja é o mesmo que desafio ou cantoria e procede da tenção ou tenso, espécie de cantiga dos primórdios da poesia provençal. Apud Sebastião Nunes Batista. Poética Popular do Nordeste . RJ: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1982.

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8
Há poucos folhetos de Leandro Gomes que falam da escravidão ou se referem aos negros. Exceção feita nas pelejas, onde os protagonistas são escravos, que eram cantadores famosos em seu tempo: caso de Inácio da Catingueira. O termo escravo aparece, em geral, relacionado à temática do amor/paixão (ser escravo de alguém nos sentimentos), à hierarquia social (ser inferior a alguém mais poderoso), à guerra (ser escravo de um general, cativo de um exército) ou ao contexto político-econômico (um Estado, um País em situação de desigualdade social).

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9
O termo fumo ora está relacionado a fumo de mascar; ora ao produto industrializado passível de impostos (cigarros).

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10
Encontramos esse mesmo poema com outras estrofes inseridas, na Antologia de Francisco Chagas Baptista, Cantadores e poetas populares, sob o nome Genio das Mulheres.

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11
Idem. Op. cit.

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12
Encontramos esse mesmo poema com inserção de outras estrofes, em relação ao folheto original, na Antologia de Francisco Chagas Baptista. Op.cit.

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13
Referimo-nos aos poemas em que se nota a familiaridade do poeta com a lírica romântica brasileira.

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14
O termo Magia aqui empregado diz respeito à ciência oculta, à feitiçaria, como também ao mundo encantado, à presença da mitologia, do maravilhoso, em determinados poemas.

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